sexta-feira, fevereiro 20, 2009

DESCASCANDO A BALA

ARTIGO DO PAULINHO DA VIOLA


Parece um detalhe minúsculo diante da grandiosidade do fato histórico que
acabamos de presenciar, mas eu começo meu texto falando em quem? Nele, no
Presidente Lula. Para ressaltar o que acho ser o vale profundo que separa
nossos países.

Lula descasca uma bala, Obama a desembrulha. Lula joga o papel no chão e
acha isso perfeitamente natural; insiste que no mundo todo isso nem seria
notado. Obama, caso aceitasse comer uma bala durante solenidade oficial,
poria o papel no bolso até poder jogá-lo numa lixeira. É um detalhe? É, mas
daqueles fundamentais, como o sorriso da Mona Lisa: em toda a tela de da
Vinci, quanta beleza, quanto talento, quantos simbolismos. Mas o que mais
chama atenção? O pequeno detalhe do sorriso.

Obama foi eleito presidente dos EUA e não do mundo. Seu interesse
primeiro é seu país e o povo americano. Problemas internos, muito sérios,
não lhe vão faltar. Mas, pela primeira vez na história daquele país, foi
eleito um homem mestiço, filho de um queniano e de uma jovem do Kansas, que
passou parte da infância entre o Havaí e a Indonésia, teve oportunidade de
conviver com crianças e jovens de outras nacionalidades, de conhecer
outras religiões e filosofias, e que por mérito e esforço próprios cursou
boas universidades na Costa Leste. Isso o diferencia de todos os outros
presidentes americanos.

Sobretudo o diferencia de George W. Bush, rapaz muito rico, mas que até
ser presidente da República nunca tinha ido além do México. E assim mesmo
porque era muito perto de sua casa, talvez até considerasse aquele país a
continuação de seu quintal.

A eleição foi uma festa, uma linda festa que congregou, e aí está sua
maior beleza, a grande maioria dos americanos e não somente os brancos,
anglo-saxões e protestantes. Os EUA celebraram aquilo que já deveria ter
sido celebrado desde o fim da Guerra Civil, desde que imigrantes começaram
a desembarcar de navios abarrotados de gente no porto de Nova York.
Finalmente ouviram a voz da Estátua da Liberdade e responderam aos
agourentos que achavam aquela grande nação à beira do desaparecimento. Como
disse o presidente-eleito na noite de sua vitória: "Foi a resposta dada
pelos jovens e velhos, ricos e pobres, democratas e republicanos, negros,
brancos, latinos, asiáticos, índios, homos, heteros, inválidos e não
inválidos - somos e sempre seremos, os Estados Unidos da América".

Barack Obama viu mais longe que os outros; não podemos desmerecer a luta
e o sacrifício pessoal de Lincoln, de Martin Luther King, de Rosa Parks,
dos meninos de Little Rock. Mas Obama viu que o que uniria o país era a
força de seu "melting pot" em potencial, e não o ódio, não a vingança, não
o punho cerrado, mas o abraço.

Pode ser que ele não consiga realizar o sonho das multidões que vibravam
e choravam na noite de 4 para 5 de novembro. Seja como for, ele abriu a
porta, derrubou barreiras, rasgou a picada, deu os primeiros passos.
Torcida não lhe vai faltar.

Enquanto isso, no Brasil, o Chefe da Nação não diz duas palavras sem
atiçar o fogo, sem jogar brancos contra negros, pobres contra ricos,
instruídos contra iletrados, nordestinos contra sulistas, partidos contra
partidos, povo contra a Imprensa, todos contra todos. Não fala, grita,
berra. Esfalfado, ouve os uivos da platéia, acha que está sendo adorado, e
parte para outro palanque.

Criou um Ministério da Integração Racial que é tudo que nós menos
precisamos. Seu titular teve a idéia de criar a Delegacia do Negro!
Se um negro é assaltado, ele vai procurar a delegacia dele, não uma
delegacia qualquer.. Breve, delegacias para japoneses, coreanos,
chineses... e o nome disso é Integração Racial.

"Espero que Obama (...) não vá gastar um ano sem resolver imediatamente a
crise. Agora a crise pode ser debitada ao atual governo, mas um ano depois
de ele tomar posse é dele também", disse Lula. Quer dizer, o Obama não pode
apelar para a herança maldita do Bush! E ainda: "Acho que ele é
suficientemente inteligente para tomar as medidas para evitar que a crise
continue".

Pode deixar, Lula, Obama é brilhante. Peça ao Amorim para ler consigo o
site que ele inaugurou logo no dia 5, Change.gov. Vá direto à política
externa. É de chorar de emoção. Depois, leia todo o site e aprenda como se
faz política respeitando o povo, o eleitor, o cidadão. O dado concreto,
Lula, é que Change. gov é extraordinário!

As coisas estão no mundo, só que eu preciso aprender!



Parabéns ao compositor e "poeta popular" PAULINHO DA VIOLA.
Ele disse aquilo que todo cidadão consciente gostaria de falar. Suas palavras são o anti-racismo, representam a união de um povo, de suas raças. Mostram o caminho da vitória, da recuperação e da Paz Social, ao contrário das palavras de Lula que pregam o ódio, a discórdia e a luta de classes.
É QUESTÃO DE CULTURA. NOS EUA NÃO SE FALA "SIFU" NEM SE JOGA PAPEL NO CHÃO. LÁ MENTIR É CRIME. AQUI O GOVERNO
DEFENDE QUEM MENTE.

Um comentário:

  1. Vivi nos Estados Unidos em uma época de luta pela integração racial quando meninos eram transportados de onibus de um bairro para o outro para promover a integração racial.

    Não havia cotas para negros entrarem nas Universidades. Havia a integração nas escolas publicas para que todos tivessem o mesmo nível educadional e entrassem na universidade por mérito próprio e não por raça.

    A integração racial tem se dado nos Estados Unidos por um esforço bi partidário.

    Obama é Democrata. Lincoln era Republicano. Assim como os primeiros Secretários de Estado não brancos eram de governos republicanos, Colin Powel e Condolessa Rice.

    Aqui no Brasil, no governno do Apedeuta o que ocorre é que as cotas tendem a perpetuar a divisão de raças. A cota é o mesmo que dizer: " como somos bonzinhos vamos deixar que x afro-decendentes cursem a universidade". Mas a maldade desta política está no fato de que ao se formarem não terão a base suficiente para concorrer no mercado de trabalho e continuarão em cargos inferiores. Em vez de melhorar a qualidade do ensino estabelecem-se cotas.

    Quantos ministros afro descendentes ou mulatos existem no governo Lula? É a mesma proporção da população do Brasil?

    Clarto que não. No fundo Lula é o racista da pior espécie porque é discimulado, fingido e ignorante.

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