sábado, outubro 28, 2006



Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final.Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.
Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos não importa o nome que damos, que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.

Foi despedido do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais?Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?
Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu.
Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, a serem subitamente transformadas em pó.

Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seu marido ou sua esposa, seus amigos, seus filhos, sua irmã, todos estarão encerrando capítulos, virando a página, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.
Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.

O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos,adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.
As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora.
Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.

Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.

Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.
Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.

Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos,promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal".Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará.

Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.
Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.
Encerrando ciclos.
Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.

Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira.
Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.

Encerrando ciclos
Paulo Coelho

terça-feira, outubro 24, 2006

A MORTE DA FILHA DO PELÈ

O que leva um pai a negar o seu próprio filho?O seu próprio sangue?

Eu costumo chamar essas pessoas de "JUDAS".São pessoas,que negam seus atos,suas responsabilidades perante à vida,negam suas raízes,negam seus entes,negam seus filhos,negam seus amigos.Negam tudo! Não conhecem.Não viram.Não sabem.Se envergonham de ser o que são ou de terem sido um dia!E tudo isso em nome de interesses,poder ,imagem (que imagem?)dinheiro!!!

Fica aqui registrada a minha repulsa diante desta atitude!Nada justifica negar um filho!

Pan

segunda-feira, outubro 23, 2006

Após a transmissão dos mistérios do TAO.
Uma lição valiosa que minha alma anseia aprender!!!
Estou adorando!!!

“Coragem para ser feliz

Continuamos a perder muitas coisas na vida só por causa da falta de coragem. Na verdade, nenhum esforço é necessário para conquistar - só é preciso coragem - e as coisas começarão a vir até você, em vez de você ir atrás delas. Pelo menos no mundo interior é assim.

E para mim, ser feliz é a maior coragem. Ser infeliz é uma atitude muito covarde. Na realidade, para ser infeliz, não é preciso nada. Qualquer covarde pode ser, qualquer tolo pode ser. Todo mundo é capaz de ser infeliz; para ser feliz é preciso coragem - é um risco tremendo.

Não temos o costume de pensar assim. Nós pensamos: “O que é preciso para ser feliz? Todo mundo quer ser feliz”. Isso está absolutamente errado. É muito raro uma pessoa estar pronta para ser feliz - as pessoas investem tanto na infelicidade! Elas adoram ser infelizes. Na verdade, elas são felizes por serem infelizes.

Há muitas coisas para se entender - sem entendê-las é muito difícil se livrar da mania de ser infeliz. A primeira coisa é: ninguém está prendendo você; é você que decidiu ficar na prisão da infelicidade. Ninguém prende ninguém. O homem que está pronto para sair dela, pode sair quando quiser. Ninguém mais é responsável. Se uma pessoa é infeliz, é ela mesma a responsável. Mas a pessoa infeliz nunca aceita a responsabilidade - é por isso que continua infeliz. Ela diz: “Estão me fazendo infeliz”

..... Se você mesmo está causando a sua infelicidade, alguma coisa pode ser feita... alguma coisa pode ser feita imediatamente. Então ser ou não ser infeliz está nas suas mãos. Todavia as pessoas ficam jogando nos outros a responsabilidade - às vezes na mulher, às vezes no marido, às vezes na família, no condicionamento, na infância, na mãe, no pai... outras vezes na sociedade, na história, no destino, em Deus - mas não param de jogar nos outros. Os nomes são diferentes, mas o truque é sempre o mesmo.

Um homem torna-se realmente um homem quando aceita a responsabilidade total - é responsável pelo quer que seja. Essa é a primeira forma de coragem, a maior delas. É muito difícil aceitá-la porque a mente vai continuar dizendo: “Se você é responsável, porque criou isso”?

Para evitar isso, dizemos que os outros são responsáveis: “O que eu posso fazer? Não tem jeito... sou uma vítima! Sou jogado daqui para ali por forças maiores que eu e não posso fazer nada. Posso no máximo chorar porque sou infeliz e ficar ainda mais infeliz chorando”. E tudo cresce - se você cultiva uma coisa, ela cresce. Então você vai cada vez mais fundo... mergulha cada vez mais fundo.

Ninguém, nenhuma outra força, está fazendo nada a você. É você e só você. Isso resume toda a filosofia do karma - que é o seu fazer; karma significa ‘fazer’. Você fez e pode desfazer. E não é preciso esperar, postergar. Não é preciso tempo - você pode simplesmente pular fora disso.

Mas nós nos habituamos. Se pararmos de ser infelizes, nos sentiremos muito sozinhos, perderemos nossa maior companhia. A infelicidade virou nossa sombra - nos segue por toda a parte. Quando não há ninguém por perto, pelo menos a infelicidade está ali presente - você se casa com ela. E trata-se de um casamento muito, muito longo; você está casado com a sua infelicidade há muitas vidas.

Agora chegou a hora de se divorciar dela. Isto é o que eu chamo de a grande coragem - divorciar-se da infelicidade, perder o hábito mais antigo da mente humana, a companhia mais fiel.”
(The Buddha Disease )

domingo, outubro 22, 2006

"Amar é inerente ao ser humano, é parte essencial de nossa estrutura. Mas, para aprender a Amar, é preciso trilhar o “Caminho do Amor."

“Todos nascem para o Amor. Ele é o princípio e a finalidade da existência.”
Benjamim Disraeli


Amar não é conviver fisicamente com alguém. O fato de as pessoas viverem juntas, no mesmo espaço geográfico, não constitui uma relação amorosa.
O Amor quer sentir que a pessoa, que vive ao nosso lado, está viva e vibrante, que não é apenas um robô de carne e osso ou um boneco de plástico.

As pessoas sem vida frustram o Amor, porque ele quer sentir a vida pulsando. Ele quer que a outra pessoa se abra para nós, que seu coração olhe para nós, nu de pretensões, barreiras e arrogância.
Quer que a outra pessoa olhe para nós sem os olhos escuros e opacos da indiferença.
O Amor não quer que o outro fique fechado, que fique bloqueado.
O Amor exige que as resistências evaporem-se e que os olhares se encontrem.
Quer ainda que, nesse encontro, cada um possa entrever, nem que seja por curtos segundos, a profundidade do mistério do Ser do outro.
Este é o começo da entrega mútua!
PAULO A. S. RAFUL
LAURO DE A. S. RAFUL
Vida é o que acontece enquanto você tenta esconder seus sonhos de si mesmo

Na fábula “A raposa e as uvas”, atribuída a *Esopo, uma raposa estava morrendo de vontade de comer as uvas que encontrou pela frente. Saltou algumas vezes e não as alcançou. Então foi embora tentando disfarçar sua frustração. Olhou para os lados e disse:
– Elas estavam verdes!

Já pensou em quanta energia as pessoas gastam na tentativa de mostrar que não se importam com o que perdem?

Bem, a raposa pelo menos saltou algumas vezes para buscar o que queria.

E você – tem ido atrás do que quer na vida?
Está consciente do que lhe trará felicidade?
Deixa-se contagiar pela angústia de não realizar seus sonhos?
Tem sentido a dor de não estar ao lado da pessoa que ama?

Há pessoas capazes de mostrar indiferença às maiores paixões de sua vida. Elas conseguem ficar impassíveis diante das oportunidades como se estivessem diante de um cubo de gelo! Loucura total!

Se você se der conta de que está se enganando, buscando desculpas baratas para suas desilusões, é melhor perceber o que tenta de fato esconder com essa atitude superficial e ir em busca das uvas que tanto deseja.

Não se iluda dizendo que as brigas com sua filha não machucam seu coração.

Não adie mais uma atitude de amor à sua esposa dizendo que tanto faz esse casamento dar certo ou não, quando na verdade você está totalmente apaixonado.

Porque, um dia, você vai acordar arrasado ao notar que não existe mais nenhum sinal de amor por trás das lágrimas de sua companheira – como diz uma canção de Paul McCartney. Não haverá, então, mais tempo para recuperar esse sentimento perdido.

Você até pode mentir para os outros, mas mentir para si mesmo é uma catástrofe!

Se você está apaixonada por seu colega de trabalho e ele a convidar para sair, pare de inventar um milhão de desculpas e problemas. Não adianta fugir para não enfrentar o medo de mergulhar nesse amor.

É hora de refletir e agir.
Hora do tudo ou nada.
Do agora ou nunca.
De arriscar e ver o que a vida preparou para você.
Hora de encarar o mundo de frente, sem desculpas, assumindo seus sentimentos.

Há uma frase de John Lennon que sintetiza bem o que muitas pessoas fazem quando deixam de experimentar o sabor da vida:

– “Vida é o que acontece enquanto você faz planos”.

Talvez possamos parafraseá-lo e dizer:

– Vida é o que acontece enquanto você tenta esconder seus sonhos de si mesmo.

*Esopo era um escravo que viveu na Grécia há uns 3000 anos. Tornou-se famoso pelas suas pequenas histórias de animais, cada uma delas com um sentido e um ensinamento, e que mostram como proceder com inteligência.

Por Roberto Shinyashiki

sábado, outubro 21, 2006

Nascer nos anos 50 ou 60 foi barra.
Uma geração foi feita para romper com a anterior, mas essa chegou ao mundo para mudar todos os conceitos de várias gerações. Faz apenas 50 anos que apareceu a televisão, o chuveiro elétrico, a declaração dos direitos humanos e a revista Playboy. Casar era pra sempre, sustentar filhos era até quando eles conseguissem emprego, as certezas duravam a vida toda e os homens eram os primeiros a serem servidos na sala de jantar. As avós eram umas velhinhas e hoje uma mulher de 40 ou 50 anos é um mulherão. Todos nos vestimos como nossos filhos. Não existem mais velhos como antigamente . Essa foi uma geração que mudou tudo. Culpa da pílula, dos Beatles, da Internet, da globalização, do muro de Berlim, da televisão, da tecnologia, do Viagra. Até morrer ficou diferente.

Na minha rua havia um velhinho que morria aos poucos. Ficou uns dez anos morrendo e isto aconteceu logo depois de completar 57 anos. Hoje se morre com 80 ou aos 90 e é um vapt-vupt. Com a pílula, a mulher teve os filhos que quis e ela sempre quer poucos. Como não conseguimos mais sustentar uma família, elas foram à luta e saíram para poder pagar a comida congelada, a luz e o telefone. Se a coisa não vai bem: é fácil a separação, difícil é pagar a pensão.


Hoje aprendemos a ouvir as crianças falando sobre namorado da mãe e o pai do irmão e temos apenas 15 minutos para ficar com a certeza de que tudo isso é normal e saudável. As pessoas que têm mais de 40 anos têm 15 minutos para dar uma opinião sobre o clima da terra, o aquecimento global, os transgênicos, as mortes das baleias, a guerra da Chechênia, o orgasmo múltiplo, a venda e a falta de empregos, os muçulmanos, a reforma agrária. Sem esquecer de ser politicamente correto, é claro.

Em 50 anos tiraram a filosofia da educação e como o pensamento era reprimido pela revolução tudo virou libertação. Pedagogia da libertação, teologia da libertação, psicologia da libertação. Deu no que deu. Burrice liberada. Burrice eleita. As pessoas de mais de 40 anos aprenderam à tapa e na rapidez a assimilar todas as mudanças do mundo. Os filhos, por falta de emprego, não têm mais anseios de ir embora. Ficam morando eternamente e mandando na casa e com os controles remoto da TV, do DVD, do ar-condicionado na mão. Afinal, quem detém o poder do controle remoto manda na casa. São eles.


Para as pessoas de mais de 40 anos, palhaço era o Carequinha da TV Piratini. Hoje o povo inteiro é meio palhaço, meio pateta. Ladrão era Corunilha, hoje os ladrões tomaram conta dos palácios, da Câmara e de uma cidade que não existia, chamada Brasília. Ângela dançaria só na zona.


Naqueles tempos, frango jamais ficava gripado, no Rio Grande do Sul só tinha enchente, presidente era alfabetizado, experiência com feijão e algodão germinando a gente fazia na escola e não em vôo espacial. Movimento social era reunião dançante, dia da mentira não era data nacional, piercing quem usava era índio botocudo, mansão do lago era algo de filme de terror e não lugar onde se divide dinheiro.


O homem chegava à lua e descobria que a Terra era azul, hoje um brasileiro se emocionou ao ver o Brasil lá do alto, é marrom e fede; caseiro não era mais ético do que ministro; quadrilha era dança e não razão de existir de partido político; operário era padrão e não rimava com ladrão. Ninguém tinha um esqueleto no armário nem dava tiro no pé. Manteiga era usada pelo Marlon Brando no Último Tango em Paris. Pizza se comia em casa e era bem alta, com molho de tomate e sardinha; hoje entregam uma a toda semana no Congresso do Planalto. O clube dos cafajestes eram uns playboys e não um País.


As pessoas de + de 40 anos estão assim meio tontas, mas vão levando. Fumaram e deixaram de fumar, beberam um whisky com muito gelo, hoje tomam água mineral, foram marxistas até descobrir quem foram os irmãos Marx, não têm mais certeza de nada e a única música do Beatles a tocar é "Help".


Pára Brasil !! Os caras de mais de 40 anos querem descer.
(Procura-se autoria)

Ao ler esta mensagem dá um aperto no coração só de pensar que tudo isso é verdade! Que a nossa realidade está de fazer vergonha! E o pior, será que alguém sabe o que é "vergonha"?
Eu queria voltar a ser criança,
do tempo em que:

Atentado, era um menino travesso.
Droga, era o remédio comprado na farmácia.
Craque, era um exímio jogador de futebol.
Sexo, era masculino ou feminino.
Stress, era coisa de americano.
Depressão, era coisa de panela.
Tráfico, fora abolido pela lei Áurea.
Separação, só de bate boca e brigas na rua.

Matar, só se fosse de fome, sede, saudade, ou raiva.
Bomba, era o que acontecia com quem perdia o ano letivo.
Arma, era coisa de polícia.
Assalto, era a pergunta que a mulher fazia quando ia comprar tamanco.
Violência, era só nos filmes de cowboy.
Desemprego, era o número de empregos que se tinha disponível.
Concorrência, só havia entre garotos, disputando o amor da mesma
menina.

Corrupção, era um vulcão ativo
Mendigo, era o vagabundo, não o trabalhador.
Salário, era sinônimo de sustento, não de pobreza, miséria ou fome.
Ser honesto, não era ser careta e cafona.
Índio, era o dono das terras, não pobre marionete da FUNAI.
Computador, era um malandro desbocado, falando das suas dores.
Miserável, era um sujeito muito pão duro, não a população do meu país.
Imposto, meu pai só ia para abastecer o fusquinha.
Havia diferença entre direita e esquerda, polícia e ladrão.

Será que os tempos mudaram, ou foi eu quem mudou?
Quem sabe tudo isto já havia, mas como era inocente, não percebia.
Quem sabe nada mudou, a não ser no meu interior?
Será o mundo, ou só o meu mundo que precisa mudar?
Pensei que me tornando adulto teria todas as respostas.
Hoje estou mais confuso do que quando era criança.

Pelo sim, pelo não; não posso viver saudosista.
Preso a um tempo que não volta mais.
O futuro se descortina, esta certeza me atrai.
Saber que fico, mas o mundo permanece e vai.
As lembranças vão se apagar.
Quem sabe o que aprendi possa me modificar?

Os meus pais construíram o passado, do qual estou a relembrar.
O presente eu construí, estou começando a me decepcionar.
Mas reconheço que nunca é tarde para recomeçar, reconstruir um novo
mundo, onde os meus filhos possam habitar.
E, como hoje faço, no futuro venham a se orgulhar, do passado que
herdaram, e precisam preservar, corroborando a prudência do sábio
pensar:

"Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um
pode começar agora e fazer um novo fim."

quarta-feira, outubro 18, 2006

Os Filhos(Do Livro "O Profeta")

Uma mulher que carregava o filho nos braços disse:

"Fala-nos dos filhos."
E ele falou:

Vossos filhos não são vossos filhos.
São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma.
Vêm através de vós, mas não de vós.
E embora vivam convosco, não vos pertencem.
Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos,
Porque eles têm seus próprios pensamentos.
Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas;
Pois suas almas moram na mansão do amanhã,
Que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.
Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós,
Porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados.
Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas.
O arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda a sua força
Para que suas flechas se projetem, rápidas e para longe.
Que vosso encurvamento na mão do arqueiro seja vossa alegria:
Pois assim como ele ama a flecha que voa,
Ama também o arco que permanece estável.

Khalil Gibran
O Amor
E alguém disse:
Fala-nos do Amor:

- Quando o amor vos fizer sinal, segui-o;
ainda que os seus caminhos sejam duros e difíceis.
E quando as suas asas vos envolverem, entregai-vos;
ainda que a espada escondida na sua plumagem
vos possa ferir.

E quando vos falar, acreditai nele;
apesar de a sua voz
poder quebrar os vossos sonhos
como o vento norte ao sacudir os jardins.

Porque assim como o vosso amor
vos engrandece, também deve crucificar-vos
E assim como se eleva à vossa altura
e acaricia os ramos mais frágeis
que tremem ao sol,
também penetrará até às raízes
sacudindo o seu apego à terra.

Como braçadas de trigo vos leva.
Malha-vos até ficardes nus.
Passa-vos pelo crivo
para vos livrar do joio.
Mói-vos até à brancura.
Amassa-vos até ficardes maleáveis.

Então entrega-vos ao seu fogo,
para poderdes ser
o pão sagrado no festim de Deus.

Tudo isto vos fará o amor,
para poderdes conhecer os segredos
do vosso coração,
e por este conhecimento vos tornardes
o coração da Vida.

Mas, se no vosso medo,
buscais apenas a paz do amor,
o prazer do amor,
então mais vale cobrir a nudez
e sair do campo do amor,
a caminho do mundo sem estações,
onde podereis rir,
mas nunca todos os vossos risos,
e chorar,
mas nunca todas as vossas lágrimas.

O amor só dá de si mesmo,
e só recebe de si mesmo.

O amor não possui
nem quer ser possuído.

Porque o amor basta ao amor.

E não penseis
que podeis guiar o curso do amor;
porque o amor, se vos escolher,
marcará ele o vosso curso.

O amor não tem outro desejo
senão consumar-se.

Mas se amarem e tiverem desejos,
deverão se estes:
Fundir-se e ser um regato corrente
a cantar a sua melodia à noite.

Conhecer a dor da excessiva ternura.
Ser ferido pela própria inteligência do amor,
e sangrar de bom grado e alegremente.

Acordar de manhã com o coração cheio
e agradecer outro dia de amor.

Descansar ao meio dia
e meditar no êxtase do amor.

Voltar a casa ao crepúsculo
e adormecer tendo no coração
uma prece pelo bem amado,
e na boca, um canto de louvor.

Khalil Gibran

terça-feira, outubro 17, 2006

sábado, outubro 07, 2006

Hymn to Pan
(by Master Therion, Aleister Crowley)

ephrix erõti periarchés d' aneptoman
iõ iõ pan pan
õ pan pan aliplankte, kyllanias chionoktypoi
petraias apo deirados phanéth, õ
theõn choropoi anax
SOPH. AJ.

Thrill with lissome lust of the light,
O man! My man!
Come careering out of the night
Of Pan! Io Pan!
Io Pan! Io Pan!
Come over the sea
From Sicily and from Arcady!
Roaming as Bacchus, with fauns and pards
And nymphs and satyrs for thy guards,
On a milk-white ass, come over the sea
To me, to me,
Come with Apollo in bridal dress
(Shepherdess and pythoness)
Come with Artemis, silken shod,
And wash thy white thigh, beautiful
God,In the moon of the woods, on the marble mount,
The dimpled dawn of the amber fount!
Dip the purple of passionate prayer
In the crimson shrine, the scarlet snare,
The soul that startles in eyes of blue
To watch thy wantonness weeping through
The tangled grove, the gnarled bole
Of the living tree that is spirit and soul
And body and brain --- come over the sea,
(Io Pan! Io Pan!)
Devil or god, to me, to me,
My man! my man!
Come with trumpets sounding shrill
Over the hill!
Come with drums low muttering
From the spring!
Come with flute and come with pipe!
Am I not ripe?
I, who wait and writhe and wrestle
With air that hath no boughs to nestle
My body, weary of empty clasp,
Strong as a lion and sharp as an asp ---
Come, O come!
I am numb
With the lonely lust of devildom.
Thrust the sword through the galling fetter,
All-devourer, all-begetter;
Give me the sign of the Open Eye,
And the token erect of thorny thigh,
And the word of madness and mystery,
O Pan! Io Pan!
Io Pan! Io Pan Pan! Pan Pan! Pan,
I am a man:
Do as thou wilt, as a great god can,
O Pan! Io Pan!
Io Pan! Io Pan Pan!
I am awakeIn the grip of the snake.
The eagle slashes with beak and claw;
The gods withdraw:
The great beasts come, Io Pan! I am borne
To death on the horn
Of the Unicorn.
I am Pan! Io Pan! Io Pan Pan! Pan!
I am thy mate, I am thy man,
Goat of thy flock, I am gold, I am god,
Flesh to thy bone, flower to thy rod.
With hoofs of steel I race on the rocks
Through solstice stubborn to equinox.
And I rave; and I rape and I rip and I rend
Everlasting, world without end,
Mannikin, maiden, Maenad, man,
In the might of Pan.
Io Pan! Io Pan Pan! Pan! Io Pan!

HINO A PÃ

(de Mestre Therion *)

Vibra do cio subtil da luz,

Meu homem e afã
Vem turbulento da noite a flux
De Pã! Iô Pã!Iô Pã! Iô Pã!
Do mar de alémVem da Sicília e da Arcádia vem!
Vem como Baco, com fauno e fera
E ninfa e sátiro à tua beira,
Num asno lácteo, do mar sem fim,
A mim, a mim!
Vem com Apolo, nupcial na brisa
(Pegureira e pitonisa),
Vem com Artêmis, leve e estranha,
E a coxa branca, Deus lindo, banha
Ao luar do bosque, em marmóreo monte,
Manhã malhada da àmbrea fonte!
Mergulha o roxo da prece ardente
No ádito rubro, no laço quente,
A alma que aterra em olhos de azul
O ver errar teu capricho exul
No bosque enredo, nos nás que espalma
A árvore viva que é espírito e alma
E corpo e mente - do mar sem fim
(Iô Pã! Iô Pã!),
Diabo ou deus, vem a mim, a mim!
Meu homem e afã!
Vem com trombeta estridente e fina
Pela colina!
Vem com tambor a rufar à beira
Da primavera!
Com frautas e avenas vem sem conto!
Não estou eu pronto?
Eu, que espero e me estorço e luto
Com ar sem ramos onde não nutro
Meu corpo, lasso do abraço em vão,
Áspide aguda, forte leão
-Vem, está fazia
Minha carne, fria
Do cio sozinho da demonia.
À espada corta o que ata e dói,
Ó Tudo-Cria, Tudo-Destrói!
Dá-me o sinal do Olho Aberto,
E da coxa áspera o toque erecto,
Ó Pã! Iô Pã!
Iô Pã! Iô Pã Pã! Pã Pã! Pã.,
Sou homem e afã:
Faze o teu querer sem vontade vã,
Deus grande! Meu Pã!
Iô Pã! Iô Pã!
Despertei na dobra
Do aperto da cobra.
A águia rasga com garra e fauce;
Os deuses vão-se;
As feras vêm. Iô Pã! A matado,
Vou no corno levado
Do Unicornado.
Sou Pã! Iô Pã! Iô Pã Pã! Pã!
Sou teu, teu homem e teu afã,
Cabra das tuas, ouro, deus, clara
Carne em teu osso, flor na tua vara.
Com patas de aço os rochedos roço
De solstício severo a equinócio.
E raivo, e rasgo, e roussando fremo,
Sempiterno, mundo sem termo,
Homem, homúnculo, ménade, afã,
Na força de Pã.
Iô Pã! Iô Pã Pã! Pã!

Fernando Pessoa
O "Hino a Pã" é uma tradução do Hymn to Pan, do prefácio do livro "Magick in Theory and Practice", de Aleister Crowley. Esta tradução foi publicada em outubro de 1931 em "Presença", de Pessoa.
(*) Mestre Therion é um dos nomes mágicos de Aleister Crowley



A origem da Rosa dos Campos
Lakota
Tradução de Otto Braga


Há muito tempo atrás, quando o mundo era jovem e ainda não havia gente, não havia flores nos campos. Somente gramados e arbustos cinza-esverdeados aí cresciam.

A Terra sentia-se muito triste, porque seu manto não tinha brilho, nem beleza. "Eu tenho muitas belas flores no meu coração, " ela disse a si mesma. Gostaria que elas estivessem no meu manto. Flores azuis como o céu em tempo bom, flores brancas como a neve no inverno, flores amarelas como o sol ao meio-dia, flores rosas como o amanhecer de um dia de primavera - todas essas estão em meu coração. Eu fico triste quando vejo meu manto, todo cinza e marron!"Uma bela flor rosa ouviu o lamúrio da Terra. "Não fique triste, Mãe Terra. Eu irei em seu manto e o tornarei belo."
Então a pequena flor rosa veio do coração da Mãe Terra para embelezar os campos.
Mas quando o Demônio do Vento a viu, ele urrou, "Eu não terei aquela bela florzinha no meu quintal."
Correu até ela, gritando e urrando, e soprou-lhe a vida. Mas o espírito da rosa retornou ao coração de Mãe Terra.

Quando outras flores criaram coragem para ir adiante, o Demônio do Vento matava-as. E seus espíritos retornavam ao coração de Mãe Terra.Finalmente a Rosa dos Campos decidiu-se ir. "Sim, doce criança," disse MãeTerra. "Eu deixarei você ir. Você é tão bela e seu hálito tão fragrante, que certamente o Demônio do Vento vai se encantar com você. Certamente ele a deixará ficar no campo."

Então a Rosa dos Campos fez a longa viagempelo solo escuro e irrompeu nos campos. Enquanto ela ia, Mãe Terra dizia emseu coração, "Oh, espero que o Demônio do Vento deixe-a viver."Quando o Demônio do Vento a viu, correu até ela, gritando, "Ela é bela, mas mas eu não a deixarei no meu quintal. Vou soprar-lhe a vida." E continuou se aproximando, rugindo e respirando em fortes lufadas. Ao se aproximar, ele sentiu a fragrância da Rosa dos Campos. "Oh, que doce!" ele disse a si mesmo. "Não está no meu coração soprar a vida de uma moça tão bonita com um hálito tão doce. Ela deve ficar aqui comigo. Eu devo tornar minha voz gentil, e cantar suaves melodias. Não posso assustá-la com meuterrível barulho."Então o Demônio do Vento mudou: tornou-se silencioso, e enviava suaves brisas sobre os campos. Sussurava pequenas canções alegres. Já não mais era mais um demônio.

As outras flores vieram do coração da Mãe Terra, através do solo escuro. Tornaram seu manto - os campos - belo e agradável. Até mesmo o Vento veio apreciar as flores, crescendo entre a grama dos campos.
E, assim, o manto da Mãe Terra tornou-se belo por causa da beleza, da douçura e da coragem da Rosa dos Campos.Às vezes o Vento esquece suas suaves canções e torna-se ríspido e barulhento. Mas sua rispidez não dura muito. E, desde então, ele não faz mal a uma pessoa cujo manto seja da cor da Rosa dos Campos.

ESPERA

Não me digas adeus, ó sombra amiga,
Abranda mais o ritmo dos teus passos ;
Sente o perfume da paixão antiga,
Dos nossos bons e cândidos braços !

Sou a dona dos místicos cansaços,
A fantástica e estranha rapariga
Que um dia ficou presa nos teus braços...
Não vás ainda embora, é sombra amiga !

Teu amor fez de mim um lago triste :
Quantas ondas a rir que não lhe ouviste,
Quanta canção de ondinas lá no fundo !

Espera...espera...ó minha sombra amada...
Vê que para além de mim já não há nada
E nunca mais me encontras neste mundo !...

FLORBELA ESPANCA
um soneto
do livro " Charneca em Flor "

quarta-feira, outubro 04, 2006

Eu só queria entender...

Eu só queria entender...
Por que não posso dizer
Eu te amo amigo.

Eu só queria entender...
Por que as pessoas nesta vida
Não abrem o coração
Para aceitar a mão do irmão.

Eu só queria entender...
O que muda o coração
Daqueles que por qualquer razão
Ignoram um amigo.

Sem ao menos lhe dizer
O motivo da mudança
O porquê da indiferença,
Ou é descrença.

Eu só queria entender...
A diferença de ontem e hoje
Pois procurei um amigo de verdade
Por inteiro e sem maldade.

E agora entendí
Que encontrei um amigo pela metade.

Eu só queria entender...
Entusiamo ou curiosidade talvez,
Neste mundo de ilusão.

É uma pena que isto aconteça
Pois machuca o coração.

terça-feira, outubro 03, 2006

Falta de sabedoria

JORNAL NACIONAL (Rede Globo) do dia 02/10/2006

Pronunciamento do candidato a reeleição LULA
" é lógico que todos os candidatos gostariam de ganhar as eleições no
1º turno, mas infelizmente, pela FALTA DE SABEDORIA dos eleitores isso
nem sempre é possível""

ou seja, chamou os 49.334.368 de brasileiros que não votaram nele de
BURROS:

Alckmin - 39.968.369
Heloisa Helena - 6.575.393
Cristovam - 2.538.844
Ana Maria - 126.404
Eymael - 63.294
Bivar - 62.064

51,39% para o "esperto" LULA são BURROS



E AINDA SOMOS OBRIGADOS A OUVIR UMA COISA DESSAS!!!!
LAMENTÁVEL !

POR ELE TER ATINGIDO ESSE PERCENTUAL DE VOTOS...
SIGNIFICA QUE O PAÍS ESTÁ MAIS POBRE, MAIS IGNORANTE E SEM
ACESSO A NENHUMA INFORMAÇÃO.
OS ESCÂNDALOS DA POLÍTICA ESTÃO AÍ PRA QUEM QUER VER!!!
NO PRÓXIMO TURNO,VAMOS MOSTRAR A ELE QUEM SÃO OS BURROS!!!

PAN
Falar a verdade também dá cadeia!

O cara está preso na delegacia. O advogado comparece para libertá-lo e pergunta o que havia acontecido. O cliente preso, começa a explicar:
- Bem, eu estava passando na rua e de repente vi um monte de gente correndo. Estavam socorrendo uma prostituta que acabava de dar a luz a um lindo menino. Então um PM se aproximou de mim e perguntou:
- O que é isso?
E eu respondi:
- É a puta que pariu!
Conteúdo para maiores de 18 anos!
O desabafo da vaquinha! Divertido!
Para ver : click no link abaixo!
www.pindavale.com.br/juliofantasma/flash/vaca.htm

domingo, outubro 01, 2006

De tudo o que ele me deu, o melhor foi um pé na bunda.

Depois de um bom tempo dizendo que eu era a mulher da vida dele, um belo dia eu recebo um e-mail dizendo "olha, não dá mais".

Tá certo que a gente tava quase se matando e que o namoro já tinha acabado mesmo, mas não se termina nenhuma história de amor (e eu ainda o amava muito) com um e-mail, não é mesmo?

Liguei pra tentar conversar e terminar tudo decentemente e ele respondeu "mas agora eu to comendo um lanche com amigos".

Enfim, fiquei pra morrer algumas semanas até que decidi que precisava ser uma mulher melhor para ele.

Quem sabe eu ficando mais bonita, mais equilibrada ou mais inteligente, ele não voltava pra mim?

Foi assim que me matriculei simultaneamente numa academia de ginástica, num centro budista e em um curso de cinema. Nos meses que se seguiram eu me tornei dos seres mais malhados, calmos, espiritualizados e cinéfilos do planeta.

E sabe o que aconteceu?

Nada, absolutamente nada, ele continuou não lembrando que eu existia.

Aí achei que isso não podia ficar assim, de jeito nenhum, eu precisava ser ainda melhor pra ele, sim, ele tinha que voltar pra mim de qualquer jeito.

Decidi ser uma mulher mais feliz, afinal, quando você é feliz com você mesma, você não põe toda a sua felicidade no outro e tudo fica mais leve. Pra isso, larguei de vez a propaganda, que eu não suportava mais, e resolvi me empenhar na carreira de escritora, participei de vários livros, terminei meu próprio livro, ganhei novas colunas em revistas, quintupliquei o número de leitores do meu site e nada aconteceu.

Mas eu sou taurina com ascendente em áries, lua em gêmeos e filha única! Eu não desisto fácil assim de um amor, e então resolvi que eu tinha que ser uma super ultra mulher para ele, só assim ele voltaria pra mim.

Foi então que passei 35 dias na Europa, exclusivamente em minha companhia, conhecendo lugares geniais, controlando meu pânico em estar sozinha e longe de casa, me tornando mais culta e vivida.

Voltei de viagem e tchân, tchân, tchân, tchân: nem sinal de vida.

Comecei um documentário com um grande amigo, aprendi a fazer strip, cortei meu cabelo 145 vezes, aumentei a terapia, li mais uns 30 livros, ajudei os pobres, rezei pra Santo Antonio umas 1.000 vezes, torrei no sol, fiz milhares de cursos de roteiro, astrologia e história, aprendi a nadar, me apaixonei por praia, comprei todas as roupas mais lindas de Paris.

Como última cartada para ser a melhor mulher do planeta, eu resolvi ir morar sozinha.

Aluguei um apartamento charmoso, decorei tudo brilhantemente, chamei amigos para a inauguração, servi bom vinho e comidinhas feitas, claro, por mim, que também finalmente aprendi a cozinhar.

Resultado disso tudo: silêncio absoluto.

O tempo passou, eu continuei acordando e indo dormir todos os dias querendo ser mais feliz para ele, mais bonita para ele, mais mulher para ele.

Até que algo sensacional aconteceu: Um belo dia eu acordei tão bonita, tão feliz, tão realizada, tão mulher que eu acabei me tornando mulher demais para ele.

Ele quem mesmo?

(Um texto de Tati Bernardi)