terça-feira, agosto 08, 2006

A que viemos?


Todos nós temos um propósito na vida. E, por mais que não consigamos enxergar isto, existe um propósito para que tenhamos vindo a este planeta neste determinado momento da história.


Um propósito não precisa necessariamente ser algo grandioso, espetacular. Mas, sim, cumprirmos com dignidade a trajetória que escolhemos realizar nessa nossa passagem pelo planeta Terra.

Ocorre que, muitas pessoas, apesar de terem uma vida tranqüila, sem grandes problemas de natureza material, sentem um vazio, como se lhes faltasse algo importante, que elas não conseguem definir.

De um modo geral, quando isto acontece é porque elas não estão vivendo em consonância com os anseios de sua alma, e sim seguindo padrões estabelecidos pela sociedade.

Para que possamos viver realmente em sintonia com nosso propósito de vida, devemos, antes, descobrir do que precisamos para nos sentirmos completamente felizes. Que tipo de atividade realizamos, a espécie de relacionamentos que estabelecemos e as posturas que temos diante da vida, são os parâmetros para determinarmos as respostas a tal questionamento.

Por mais que algumas pessoas argumentem não conseguir obter resposta para esta pergunta, o fato é que todos nós, seres humanos, temos uma consciência superior, capaz de nos direcionar para o propósito mais elevado de nossa alma.

Acessá-la exige de nós um esforço consciente e a utilização dos inúmeros instrumentos que temos à nossa disposição para aprofundarmos nosso autoconhecimento.

É preciso renovar, diariamente, a determinação para viver de modo pleno aquilo a que nos propusemos, pois este conhecimento é que levará embora o vazio interior, substituindo-o por uma sensação de equilíbrio, harmonia e paz.

“Cristo disse: 'aqueles que têm olhos para ver, que vejam. Aqueles que têm ouvidos para ouvir, que ouçam'! Estava ele dizendo que as pessoas não tinham olhos nem ouvidos? É claro que elas tinham olhos e ouvidos, mas a mera presença de olhos e ouvidos, não é suficiente para ver e ouvir. Algo mais é necessário e sem isso a existência ou não existência de olhos e ouvidos dá no mesmo. Aquele algo mais é o silêncio interior e a consciência observadora. Somente quando essas qualidades estão presentes é que as portas da mente se abrem e algo pode ser dito e ouvido....

O primeiro sutra é: viva no presente... Nem o passado nem o futuro existem. Um é apenas a memória, o outro é apenas imaginação. Somente o presente é o momento vivo e verdadeiro. E se é para se conhecer a verdade, ela só pode ser conhecida se estivermos no presente....

Mantenha continuamente em sua lembrança por todo o tempo esse viver no presente, e fique alerta para que aquele pensamento mecânico a respeito do passado e do futuro nem volte de novo. Para isso, é suficiente permanecer atento. Se você permanecer atento, ele não vai se desencadear. A consciência destrói o hábito.

O segundo sutra é: viva naturalmente. Todo o comportamento do homem é artificial e formal. Nós sempre nos mantemos encobertos por um falso manto e por causa dessa coberta nós gradualmente esquecemos nossa própria realidade. Você tem que deixar cair essa pele falsa e jogá-la fora. ... Deixe que aquilo que é original e natural em você venha à tona e viva nisso. A meditação somente cresce numa vida simples e natural....

O terceiro sutra é: viva só A vida de meditação nasce em completa solidão, quando a pessoa está totalmente só. Mas geralmente o homem nunca está só. Ele está sempre cercado pelos outros. E quando ele não está no meio da multidão externa, ele está em uma multidão interna. Essa multidão tem que ser dispersada....

Alguma vez vocês já tentaram imaginar o que vocês são, fora de todos esses seus relacionamentos? Alguma vez vocês já se livraram das vestimentas desses relacionamentos e viram a si mesmos sem elas? Distanciem vocês mesmos de todos esses relacionamentos e vejam que vocês não são filhos de seus pais e mães, não são os maridos de suas esposas, nem o pai de suas crianças, nem o amigo de seus amigos, nem o inimigo de seus inimigos - e o que sobra é o seu verdadeiro ser. Aquela entidade remanescente é o que você é em si mesmo....

Seguindo esses sutras, a sua mente chegará a um estado, o qual é uma necessidade absoluta para a compreensão da paz e da verdade”.

OSHO - The Perfect Way (O Caminho Perfeito)

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