terça-feira, setembro 20, 2011

Você não tem nada a perder



Ousar é ter a coragem suficiente para enfrentar desafios. Jesus Cristo foi um ousado, um destemido para uma época em que o poder era implacável para aqueles que representavam ameaça, mesmo que fosse no plano das idéias ou da fé religiosa.

Para a humanidade, o exemplo de Cristo não foi em vão. O seu legado iluminou uma época de obscurantismo, onde a verdade, antes oculta e "amordaçada" no cárcere do tempo pretérito, libertou-se para levar a palavra da consolação aos aflitos e desesperados.

Desde tempos imemoriais, a ousadia humana vem sendo o combustível para as grandes descobertas e realizações que impulsionam o progresso mundial. No entanto, quando a audácia extrapola e vira personalismo, sede de poder ou jogatina de interesses, os conflitos despertam a perversidade que ainda reside no homem, gerando disputas pessoais, guerras e todo tipo de atrocidades cometidas entre semelhantes.

Desafiar dificuldades que se apresentam na trajetória vital é inerente ao ser humano. Somente evoluimos quando vencemos etapas que nos levam na direção do crescimento integral.

A acomodação, a falta de coragem, para os necessários enfrentamentos que a vida exige, representa perda de tempo no sentido do progresso pessoal e espiritual. Ver a vida passar como se fôssemos meros assistentes, espectadores ou coadjuvantes, leva-nos a um estado de prostração e de desmotivação para a dinâmica vital, que exige atores que assumam o seu verdadeiro papel no palco da existência.

O que seria da humanidade se não existissem os ousados na medida certa, que pelas suas iniciativas, estabelecem o equilíbrio natural entre o que deve ser conservado e o que deve ser transformado?

O que seria do homem se não existissem os revolucionários como Jesus Cristo, Mahatma Gandhi, Allan Kardec, entre outros, que com suas mensagens, iluminaram as trevas de distintas épocas, inundando de energia vitalizadora o seus seguidores para que continuassem semeando a lavoura do amor e da paz entre os homens?

Portanto, ouse, desafie em benefício próprio e em benefício do outrem. A vida é um capítulo a ser escrito por cada indivíduo através de realizações e conquistas que o levem à sensação de felicidade e completude. Mas ouse na medida certa, sem ferir, traumatizar ou violentar o direito de superar dificuldades que apareçam pelo caminho. Caso contrário, estaremos sujeitos às interpretações da Lei de Causa e Efeito, que refere-se ao proporcional retorno de nossos atos praticados pelo livre arbítrio.

Em muitos casos, os sinais depressivos surgem porque o indivíduo deixou de ousar. Algo em sua vida aconteceu que o deixou desanimado, prostrado, sem coragem para continuar na luta pelo trabalho, pelo amor e pela vida.

Não esqueçamos que a adversidade, o infortúnio, é uma característica inerente ao ser humano. Todos nós passamos por experiências de perda durante a vida. Mas assim como a perda, a capacidade de reação também é um traço inerente à natureza humana.

Na verdade, a vida é uma alternância entre perdas e ganhos. Quando nascemos, ganhamos a exclusiva atenção materna. Quando o irmão nasce, perdemos a exclusividade afetiva da mãe. Quando "ganhamos" a primeira namorada, perdemos o amigo que também gostava dela. Depois, quando assumimos um compromisso sério com a pessoa amada, perdemos parte da liberdade individual de solteiro. Quando envelhecemos, perdemos a juventude, mas ganhamos em sabedoria.

Desafiar é preciso, pois a vida é um terreno fértil para quem ousa na medida certa. Portanto, crie, liberte o seu inato talento que encontra-se escondido pelo medo de ser audacioso.

Você não tem nada a perder, seja um partícipe no palco da vida e não apenas mais um a bater palmas pelo desempenho do outro. Junte-se aos ousados, aos destemidos que enfrentam obstáculos, adversidades e seguem adiante a sua senda do progresso.
por Flávio Bastos - flaviolgb@terra.com.br
Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico
Texto publicado no site Somos Todos Um

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