terça-feira, maio 19, 2009

Viver em atenção


Manter um estado permanente de atenção sobre o que acontece em nosso interior é a única forma de fazer com que a vida não seja apenas uma repetição monótona de problemas e aborrecimentos.

As escolhas que fazemos a cada instante é que definem como será nossa realidade. Muitas pessoas se queixam de situações-problemas que sempre estão ocorrendo em seu cotidiano. O que elas não conseguem perceber é que, de alguma forma, estão atraindo tais circunstâncias para suas vidas.

Ao invés disto, acusam Deus, o destino ou alguém em particular, como responsáveis por suas mazelas. É difícil para elas tomar consciência de que suas dificuldades são, em sua grande maioria, conseqüência de problemas emocionais ignorados por muito tempo.

O autoconhecimento, uma palavra hoje tão difundida, ainda é um mistério total para a maioria das pessoas. Elas são verdadeiras estranhas para si mesmas e vão vivendo de modo automático, sem se dar conta do quanto poderiam ganhar em felicidade e harmonia interior, se ousassem viver em sintonia com seu coração.

É claro que para isto, é preciso que se esteja disposto a pagar o preço necessário por cada escolha realizada. Este é, aliás, o principal atributo da maturidade, o responsabilizar-se pelas próprias escolhas. Muito mais cômodo é seguir a instrução de alguém, para poder responsabilizá-lo se algo der errado.

Muitas vezes, a observação de si mesmo não revela coisas bonitas, ao contrário, expõe fragilidades e limitações difíceis de serem encaradas. Mas somente aceitando-as com sinceridade é que podemos nos libertar de suas amarras e construir um novo caminho, a partir de escolhas mais realistas.

As ilusões, fantasias e desculpas que criamos para adiar as transformações necessárias em nós são infindáveis, e podem mesmo nos levar a uma vida inteira de sofrimento, pela incapacidade de dar o primeiro passo.

Mas, por mais difícil que seja dar este passo, devemos nos lembrar de que ele pode ser a diferença entre uma vida de realização e alegria ou uma existência que se arrasta tristemente até o túmulo. Cabe a nós, e somente a nós, esta decisão.

(Elisabeth Cavalcante)

"É muito difícil encontrar um mestre iluminado, pela simples razão que muito poucas pessoas pelo menos tentam sair da rotina da inconsciência. A rotina de se permanecer inconsciente é muito confortável, é aconchegante, porque ela mantém você confinado ao mundo familiar, e mantém você com a massa.

É muito arriscado se afastar da massa, porque a massa nunca perdoa uma pessoa que sai de perto dela. A massa quer possuir você, completamente, de corpo e alma.
A massa quer dominar você, a massa vive através da dominação.

Este esforço para dominar, é o que a política significa. Política significa a massa tentando dominar o indivíduo, destruir o indivíduo. Destruir a liberdade, destruir a espontaneidade e qualquer idéia de ficar no seu próprio caminho. De qualquer idéia de viver a sua vida de acordo com a sua própria luz.

A massa quer que você siga a mente coletiva. A massa já fez um longo caminho, uma super auto-estrada, você só precisa entrar na fila. E de uma certa forma é mais confortável, é aconchegante, você está do lado de pessoas... é quente.
Quando você se move sozinho, para dentro da floresta profunda, densa e escura do desconhecido, é frio. E existem milhares de medos que podem vir à tona.

Você não sabe como cooperar com o desconhecido. Você é eficiente em cooperar com o conhecido. O teu sistema de educação o torna capaz de cooperar com o conhecido. Sua educação é desenhada contra o desconhecido.

Você vai se surpreender em saber que a sua educação é contra a inteligência. Sociedade precisa de imitadores. Ela quer que você seja bom em memorizar. Não em tornar-se inteligente. Ela quer que você se torne uma boa máquina, não uma pessoa linda.

Máquinas eficientes, apenas máquinas de qualquer forma. Precisa que você funcione bem, mas ela não quer que você se torne consciente. Consciente de si. Consciente de quem você é. Então você começa a dizer 'não' para muitas coisas.. quando você souber quem você é, você não será tão obediente assim.

A sociedade quer pessoas cegas, porque se você ver, você está fadado a ser afetado por seu ver, a mudar as suas formas, os seus caminhos. A sociedade quer seguidores cegos. Portanto é muito raro que uma pessoa se torne acordada; a primeira coisa para se tornar um buda, é sair da mente coletiva.

Se tornar tão individual, tão integrado, que mesmo todo o mundo estando contra você, você não se importa. Você decidiu que agora você vai viver de acordo com a sua própria voz interior, com seu próprio silêncio.

Esse é o primeiro passo... mas um grande passo. Um salto quântico. É mover-se para dentro do perigo, é arriscado. Você vai criar inimigos. E você vai estar indo para um mundo que ainda não foi mapeado. Um território no qual você nada sabe a respeito. Não existe nenhum mapa".
Osho

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